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Foto por Luiz Lurugon. |
Nos dias 18, 19 e 20 de abril estivemos em Belo Horizonte, na segunda edição do
Laboratório de Jogos. Direcionado para produtores de jogos analógicos - rpg, larp e jogos narrativos em geral - o evento contou com diversas palestras, mesas-redondas e testes de jogos. Dentro da extensa programação, o
Boi Voador e o NpLarp contribuiram com alguns jogos, falas e palestras.
Jogos
O primeiro dia do Laboratório começou com
Álcool, larp de
Luiz Prado ainda não publicado, sobre o papel da bebida na vida das pessoas. Foram três aplicações do jogo, variando do humorístico para o melancólico. O retorno dos jogadores foi bastante interessante, com considerações sobre aspectos mecânicos do larp e as implicações emocionais que a experiência trouxe para cada um. Como preparação para o Álcool realizamos
3 de mim, poema de representação de
Matthijs Holter.
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3 de mim, preparação para Álcool. Foto por Igor Smith. |
No segundo dia tivemos
Morte Branca, larp dinamarquês de
Nina Runa Essendrop e
Simon Steen Hansen, inédito no Brasil. Levamos o larp para o evento instigados pela total ausência de falas durante o jogo e por sua intensa oficina preparatória, na qual os personagens são construídos através de exercícios corporais. Essas duas características, aliadas à centralidade da representação pelo corpo, tornam a aplicação de Morte Branca um marco para as pesquisas do Boi Voador e do NpLarp.
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Morte Branca. Foto por Luiz Falcão. |
Fechando a programação de jogos, aplicamos no terceiro dia do evento
O Jogo do Bicho, larp original do Boi Voador sobre criminosos no Brasil dos anos 70. Propondo a construção aleatória de personagens através de cartas e mecânicas inspiradas na atmosfera da obra de
David Lynch, O Jogo do Bicho é o desenvolvimento de
Máfia, realizado no Laboratório de Jogos 2013. Várias mudanças foram feitas em relação ao jogo de 2013 e o debate pós-larp foi muito gratificante, com os participantes analisando aspectos da construção dos personagens e das mecânicas do jogo, destacando o que funcionou e sugerindo alterações nos pontos que geraram ruídos durante a experiência.
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Cenário de O Jogo do Bicho. Foto por Igor Smith. |
Apresentações
Além dos larps, tivemos também uma série de falas e discussões durante o evento. Em
Como o LabJogos mudou a minha vida e o cenário do larp nacional, Luiz Prado apresentou uma retrospectiva da cena brasileira tendo como ponto de partida a edição 2013 do Laboratório de Jogos. Durante a fala, destacou a importância do Laboratório para o intercâmbio entre produtores de diversas partes do país, o surgimento de novos espaços de jogo e o aumento de diários de produção, críticas e resenhas dos jogos.
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"Como o LabJogos mudou a minha vida e o cenário do larp nacional". Foto por Luiz Lurugon. |
Na palestra
As palavras tem poder - como uma simples definição mudou os rumos do larp no país, Luiz Falcão discorreu sobre o impacto que a adoção do termo larp teve no próprio entendimento da prática, transformando-a de simples modalidade de rpg para uma arte autônoma, capaz de abrigar múltiplas experiências, formatos e temáticas.
Já em
Cultura Participativa e Estética Relacional, Falcão apresentou as ideias expressas no livro
Deltagar Kultur (do grupo sueco
Interacting Arts) e na obra de
Nicolas Bourriaud, discutindo as noções de artista, espectador, interator e participante, relacionando-as com o larp e o rpg.
Falcão participou também na mesa redonda
Como trabalhar com jogos de representação - para além de publicar um livro ao lado de
Encho Chagas, autor de
Pulse, jogo ganhador do Game Chef 2013,
Rafael Rocha da
ONG Narrativa da Imaginação e
Danilo Kobold da loja/editora
Kobold´s Den. A proposta da mesa foi apresentar diversos casos de projetos relacionados ao larp e ao rpg que não envolvem diretamente a publicação editorial.
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"Como trabalhar com jogos de representação - para além de publicar um livro". Foto por Luiz Lurugon. |
Fechando a programação proposta pelo NpLarp e o Boi Voador, a palestra de Falcão
As bailarinas de Degas mostrou como o desenho deixou de ser uma técnica considerada apenas preparação para a pintura e a escultura e alcançou a condição de arte autônoma. A fala procurou estabelecer um paralelo com o larp, praticado por companhias teatrais como aquecimento e exercício, sem o reconhecimento de sua autonomia.
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"As bailarinas de Degas". Foto por Igor Smith. |
Assim como aconteceu na edição 2013 do Laboratório de Jogos, discutimos muitas ideias, conhecemos iniciativas inovadoras tanto em larp quanto em rpg e tivemos momentos muito bons com a realização dos jogos. Contudo, o mais importante com certeza foi rever os velhos rostos e conhecer os novos produtores. Saímos do evento com a certeza de que o larp e o rpg indie só tem a ganhar com uma intensa troca de ideias e experiências, livre de impedimentos - exatamente a proposta do Laboratório de Jogos.
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